sábado, 2 de outubro de 2010

Livros - Coleção Desventuras em série


A coleção Desventuras em série é uma delícia de se ler. Tem todos os elementos que uma boa literatura juvenil deve ter. É cativante, tem mistérios e aventuras na dose certa. Uma leitura simples (porém não simplória), que flui bem e muito gostosa. Os livros contam as desventuras dos três irmãos Baudelaire após a morte de seus pais, em um incêndio que também destruiu a casa da família. Os três irmãos, cada um com suas características peculiares, são - como já dito - cativantes.

No primeiro volume, Mau começo, eles recebem a notícia que os pais morreram e que ficarão sob a tutela de um parente distante, Conde Olaf. Mas logo eles descobrem que a sua nova vida não será nem um pouco divertida e em nada parecida com a vida que levavam antes, e que o Conde Olaf se tornará o pior de seus pesadelos, haja vista que o vilão quer, a todo custo, roubar a fortuna deixada pelos pais Budelaire para os seus três filhos.

No segundo volume, A sala dos répteis, os irmãos ganham um novo tutor, o Tio Monty. Finalmente as coisas parecem estar dando certo para os irmãos, que podem ver a felicidade novamente em suas vidas. Mas, é claro, que essa felicidade não dura muito tempo. Pois o Conde Olaf está de volta! Nesse volume, os irmãos descobrem que, além de muito mal, Olaf também é um mestre dos disfarces.

No terceiro volume, O lago das sanguessugas, mais uma nova tutora, Tia Josephine, que mora em uma casa à beira de um lago cheio de sanguessugas e tem medo de tudo. Novamente o Conde Olaf aparece, disfarçado, para acabar com a tentativa dos irmãos de recomeçar a sua vida.

No quarto volume, Serraria baixo-astral, os órfãos viverão sob a tutela de um homem conhecido simplesmente por Senhor. E a situação deles piora ainda mais, pois além de não terem uma casa, são obrigados a trabalhar em uma serraria, onde recebem de almoço apenas chicletes.

O quinto volume da série continua trazendo as desventuras do jovem, que dessa vez vão viver em um colégio interno. O nome do livro é Inferno no colégio interno. Com mais um de seus disfarces, o Conde Olaf continua a bolar seus planos mirabolantes para roubar a fortuna dos órfãos. Nesse volume, ele praticamente leva os jovens Budelaire à exaustão. Mas, por pior que as coisas sejam, os órfãos se dão conta de que nem tudo está perdido, pois encontram dois novos amigos, que acabam sendo sequestrados pelo malvado Conde Olaf.

Em O elevador Ersatz os jovens vão morar em um luxuoso apartamento, com o casal Squalor, seus novos tutores. Os órfãos estão preocupados com os seus amigos, que continuam desaparecidos, e tentam bolar um plano para encontrá-los. Mas eles são surpreendidos com a descoberta de que Ésme Squalor, na verdade, é namorada e parceira de maldades do Conde Olaf. Os irmãos encontram seus amigos, mas não conseguem salvá-los. Eles se deparam com mais um grande mistério, talvez o maior de todos: C.S.C. Eles precisam descobrir o que essas letras querer dizer.

No sétimo livro, A cidade sinistra dos corvos, os jovens estão sob a guarda de toda uma cidade. Uma cidade estranha, cheia de regras, habitada por pessoas ainda mais estranhas. Os jovens são obrigados a trabalhar para todos os moradores da cidade, mas encontram um aliado. Eles conseguem resgatar seus amigos das garras de Ésme e Olaf, mas, mais uma vez, eles são obrigados a se separar, e acabam fugindo, sozinhos, abandonados à própria sorte.

O hospital hostil é o oitavo livro da série. Após perambularem sozinhos, os Baudelaire acabam encontrando um grupo de voluntários e se juntam a eles, indo parar em um hospital. Lá, eles acreditam que podem encontrar respostas para o que vem a ser CSC e para o mistério em torno da morte de seus pais. Mas, a cada pergunta respondida, os três encontram mais e mais indagações. Mas de uma coisa os irmãos passam a ter certeza: a maldade do Conde Olaf e o fogo estão intimamente relacionados.

Em O espetáculo carnívoro os três irmãos acabam indo parar em um parque de diversões, onde são obrigados a se disfarçar de aberrações e trabalhar no parque, ao lado do seu maior inimigo, o Conde Olaf. Só que dessa vez os órfãos estão com uma certa vantagem, já que o vilão não sabe que são eles. Os Budelaire aproveitam para tentar descobri mais sobre a misteriosa organização chamada CSC.

A saga dos órfãos chega ao seu décimo volume em O escorregador de gelo. Nesse capítulo, os órfãos descobrem uma das sedes da organização CSC, mas quando conseguem chegar lá, o local foi consumido pelo fogo. Mais algumas perguntas são respondidas, enquanto novas surgem. Mas, mesmo assim, os irmãos sabem que estão cada vez mais perto de desvendar todo o mistério.

No livro onze, A gruta gorgônea, os irmãos vão parar em um submarino de aliados, onde recebem uma missão: encontrar a todo custo o açucareiro desaparecido, enquanto se dirigem para o hotel, o último local seguro. Um fungo perigoso quase tira a vida da pequena Sunny, que consegue escapar. Mas é claro que o Conde Olaf consegue colocar as garras no fungo, que pode ser uma arma letal.

O livro doze, O penúltimo perigo, poderia ser também chamado de "O começo do fim". Os órfãos finalmente esclarecem suas dúvidas com relação a CSC e ao incêndio que matou seu pai. Mas o perigo ainda está próximo, na figura do Conde Olaf, que ainda não desistiu da fortuna dos Budelaire.

Por fim, chegamos ao último livro, O fim. Os órfãos estão em um barco, à deriva, na companhia do Conde Olaf. Por causa de uma tempestade, eles vão parar em uma ilha, aparentemente pacífica. Mas, é claro, que eles descobrem que as coisas não são bem assim e que mistérios rondam os moradores da ilhas, assim como mais respostas e mais informações sobre os seus pais. O final das desventuras dos órfãos se aproxima, de forma bastante inusitada.

Depois dessa pequena descrição dos principais eventos de cada livro, vamos às minas impressões. Em primeiro lugar, quero dizer que gostei bastante do estilo do autor. A linguagem dos livros é muito dinâmica e funciona perfeitamente tanto para o seu público alvo quanto para os grandinhos que desejam se aventurar nas desventuras dos órfãos Budelaire. É claro que existem algumas situações absurdas nos livros, que não devem ser levadas tão a sério.

Outra coisa que adorei no estilo do autor foi o fato de ele se "meter" várias vezes na narrativa, ora aconselhando o leitor a largar os livros e procurar ler alguma coisa com um final feliz, ora explicando palavras difíceis. Também as traduções dos sons indecifráveis emitidos por Sunny são hilárias.

Apenas uma coisa que eu não recomendo a quem deseja ler todos os livros. Não leiam todos de uma vez, como eu fiz. Eu li os 13 livros em 13 dias. Exatamente. E isso fez com que em vários momentos as histórias se tornassem repetitivas e cansativas. Procurem intercalar com outras leituras, tenho certeza de que será mais prazeroso assim.

Mas, eu não me arrependo, e devo dizer que considerei os livros bons, de uma forma geral.

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