domingo, 17 de outubro de 2010

Palavras soltas


Durante muito tempo, escrever fez parte da minha vida. Mais do que isso até, era uma parte de mim. As palavras simplesmente fluiam quando os meus dedos se aproximavam do teclado, era algo que eu não podia controlar. Alguns dos meus textos nunca saíram do papel, outros ficaram arquivados apenas na memória de um computador antigo, que o tempo cuidou de destruir. Outros foram publicados em blogs que mantive no passado, que também se perderam e foram apagados pelos servidores onde eram armazenados.

Hoje, por uma razão bem específica, procurei por esses textos, mas não consegui encontrar um único sequer. Os cadernos eu não sei onde foram parar (perdidos ou no lixo em alguma das minhas várias mudanças), os arquivos sumidos... procurei em e-mails antigos, em CDs guardados dentro de caixas e de gavetas, mas não consegui encontrar um único sequer. A frustração foi grande...

Na época em que foram escritas, aquelas palavras significavam muito para mim. Refletiam o que eu pensava, o que eu sentia... e se perderam no tempo e no espaço virtual... assim como também se perdeu a minha inspiração, que há muito tento reencontrar, em vão.

Uma parte de mim também está perdida junto com aqueles arquivos e cadernos. E o pior é que tinham coisas muito boas neles. Tem dois textos específicos que eu queria me lembrar ou encontrar em algum lugar. Mas apenas consigo lembrar do início e do final deles. Dói saber que eu nunca mais vou conseguir reproduzir aquelas palavras, que eu nunca mais vou conseguir juntá-las de forma com que elas façam o mesmo sentido que fizeram na época em que foram escritas...

Quer um bom exemplo de ironia? O nome do blog onde eu publiquei os textos era “Palavras soltas”. E é exatamente isso o que elas são hoje em dia. Palavras soltas na minha mente, pequenos pedaços de um todo que eu jamais irei recuperar...

Mas, pelo menos uma coisa eu tenho esperanças de um dia voltar a encontrar... inspiração para juntar novas palavras e dar a elas um significado único, só meu. Já que eu não tenho como recuperar o passado, ao menos que eu possa voltar a escrever no futuro...

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