terça-feira, 27 de setembro de 2011

Livros - 3096 dias


Nossa, faz tanto tempo que eu não escrevo sobre um livro por aqui... Aliás, ando lendo pouco, mas eu namorava essa obra há um tempão e finalmente li. Sempre tive curiosidade de saber a história da garota que foi sequestrada e passou 3096 dias em cativeiro.

Confesso que em vários momentos achei a leitura um tanto repetitiva e meio chata. Mas a história de Natascha é emocionante. A tortura fisica e psicológica a que ela foi submetida, a fome, a falta de esperança, as tentativas de suicídio, a relação conturbada com o sequestrador... coisas que nos fazem parar para pensar.

"A situação era tão assustadora que podia ter me destruído. Mas a mente humana pode lidar com as situações mais espantosas - na medida em que ela mesma se engana e se retrai para não naufragar diante de circunstâncias que não podem ser compreendidas logicamente."

É impossível não se colocar no lugar dela durante a leitura. Eu não sei se teria resisitido tanto tempo, se teria me submetido ao que ela viveu, se teria forças para resistir. Por tudo isso, a admiro bastante.

Eu já tinha visto notícias sobre o sequestro, lido um pouco sobre o acontecido na net, mas não tinha ido fundo na história e me surpreendi com algumas coisas que ocorreram durante o tempo que ela passou sequestrada, especialmente com o fato de ela ter deixado a casa várias vezes.

O momento da fuga é emocionante. Óbvio que eu já sabia o que iria acontecer desde o começo, mas torci a cada linha lida, a cada parágrafo, para que o sofrimento dela terminasse logo e ela conseguisse sair daquele inferno. Em nenhum momento eu desenvolvi sentimentos positivos pelo sequestrador e não achei nem um pouco ruim saber que ele se matou.

Após a leitura, procurei mais sobre o caso na internet e fiquei indignada com a reação de algumas pessoas, que chegaram até a desconfiar que ela não quis escapar antes, que disseram que o que ela viveu não foi tão ruim, que ela não quis entregar os cúmplices do sequestrador e, principalmente, que não entenderam a relação dela com ele, o fato dela ter ficado triste e chorado com a morte dele... claro, foi a única pessoa com a qual ela conviveu por 8 anos!! Os sentimentos dela são perfeitamente compreensíveis...

"Seu papel naquele mundo mudava rapidamente: em um instante, ele parecia querer fazer de minha estada forçada em seu porão algo tão agradável quanto possível; no momento seguinte, via em mim - uma garotinha pequena , que não tinha força, nenhuma arma e certamente nenhum equipamento de rastreamento - um inimigo que o perseguia. Eu era vítima de um louco e me tornara um brinquedo na fantasia doentia de sua mente."

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