domingo, 22 de janeiro de 2012

Desafio Literário 2012 - janeiro - livro 4

Mil dias na Toscana
Autora: Marlena de Blasi
Editora: Sextante
Ano: 2010
Páginas: 256
ISBN: 9788575426197
Tradução: Marcello Lino




"Sei que este início é diferente. Desta vez, soltamos nossas amarras. Não temos casa nem emprego, apenas uma vaga idéia de como vamos dar forma a essa nova era. Muitos aspectos dessa nova vida sugerem uma reafirmação de nossos votos: 'Na alegria e na tristeza, na riqueza e na pobreza.' Fernando continua inebriado pelo entusiasmo e pelas expectativas descontroladas. Ele é uma criança que fugiu de casa, um homem que fugiu da desilusão, dos torpores provocados por uma vida sem questionamentos e de sofrimentos antigos e ainda tortuosos." (pág. 25)

"Às vezes, acho que a Senhora das Batatas deve ter sido um sonho ou um espectro envolto em vermelho que apareceu para me revelar o grande segredo de que aproveitar o momento com o que temos é o melhor para nossas vidas. Mas ela era real, Florì. E, ao pensar nela agora, vejo que aquela mulher provavelmente tinha seus sofrimentos. Mas se mantinha afastada da tristeza, conseguia tirar beleza daquela tarde com a mesma habilidade com que tirava a garrafa do bolso. Esse foi o presente que ela me deu: fez com que a felicidade parecesse uma escolha.
- Você acha que isso é verdade? A felicidade é uma escolha?
- Na maioria das vezes, acho que sim. Pelo menos, com muito mais frequência do que a maioria de nós percebe ou acredita nisso." (pág. 65)

Eu poderia escrever muitos outros trechos interessantes sobre o livro, mas este post perderia o seu propósito e ficaria enorme. Mas, de cara, já vou logo dizendo, esse livro é muito melhor do que o primeiro, Mil dias em Veneza. Pelo seguinte: no primeiro livro, houve a descoberta do amor entre os dois, a mudança de Marlena para Veneza, sua nova vida ao lado de Fernando, a reforma do apartamento. Nesse livro, com seu amor já mais amadurecido, o casal parte para uma nova vida, completamente diferente da que levavam em Veneza. Conhecem novas pessoas, fazem amigos, constroem coisas novas em sua casa. Enfim, partem para "aventuras" como colher uvas e castanhas. Enfim, esse livro tem mais ritmo, tem mais história do que o primeiro.

Mas, mesmo assim, o livro ainda é um pouco entediante em alguns momentos. A autora se perde um pouco em descrições e detalhes irrelevantes. Sua narrativa ainda deixa um pouco a desejar, mesmo tendo evoluído muito com relação ao primeiro livro, a meu ver.

E, mais uma vez, não sei se teria coragem de fazer o que ela fez. Ir viver em um pequeno povoado, longe da "civilização". É claro que o lugar deve ser lindo, e que ela e o marido trataram de ocupar bem seus dias, com projetos e coisas a fazer. Mas, mesmo assim, acho que me bateria um tédio monstruoso...

O que eu mais destaco no livro é a presença, ainda mais constante do que no primeiro, da comida. Parece que todo o povoado gira em torno de comida. Qualquer coisa é motivo para as pessoas se reunirem e comer... Fico me perguntando quantos quilos ela engordou ao longo desses mil dias... hehehe Isso, aliás, faz com que o livro se encaixe ainda melhor do que o seu predecessor no tema do mês do Desafio Literário.

Um boa leitura, que não deve ser feita se a pessoa estiver com fome...

Nota: 3

"Talvez a única coisa que importe é fazer com que a nossa vida dure tanto quanto nós. Sabe, fazer a vida durar até acabar, fazer com que todas as partes terminem juntas, como quando passamos o último pedaço de pão na última gota de azeite no prato e tomamos o último gole de vinho que está no copo." (pág. 72)

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