quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Livros - Identidade roubada

Identidade roubada
Autora: Chevy Stevens
Editora: Arqueiro
Ano: 2011
Páginas: 256
ISBN: 9788580410129
Tradução: José Roberto O'Shea




"Às vezes volto ao dia do sequestro... repasso mentalmente minhas ações até os momentos finais do plantão, cena por cena, como um filme de terror que nunca acaba, um filme em que a gente não consegue impedir que a jovem abra a porta ou entre num prédio vazio... e me lembro da capa daquela revista, na lojinha do posto de gasolina. É bizarro pensar que neste exato momento alguma mulher está olhando minha foto, achando que sabe tudo a meu respeito." (pág. 17)

"Minha dor é um furacão. Às vezes, consigo ficar de pé bem no olho dele, e, quando estou zangada, chego a desafiá-lo a me arrastar. Mas há ocasiões em que preciso me abaixar e me encolher, dando as costas ao furor do vento. Nos últimos tempos, tenho ficado encolhida." (pág. 129)

Ouvi falar muito bem desse livro, li excelentes comentários sobre eles em outros blogs, daí a minha vontade de lê-lo. Mas devo admitir que no início o livro não me conquistou bastante. Explico-me: não faz muito tempo que eu li 3096 dias, que conta a história de Natascha Kampusch, uma garota que foi sequestrada ainda criança e passou 3096 dias em poder do sequestrador. Achei tudo muito parecido no início, só que com o detalhe de que a história de Natascha é real, enquanto essa nada mais é do que uma obra de ficção. Apenas uma coisa eu havia achado diferente e inovadora na obra de Chevy Stevens: o fato de cada capítulo corresponder a uma sessão de terapia. Também me chamou atenção, mas de forma negativa, o linguajar da protagonista, cheio de palavrões (meu lado puritano ainda não se acostumou com esse tipo de coisa em livros).

(Spoiler) Mas aí o livro começou a crescer no meu conceito, com a presença de fatos inovadores, especialmente a gravidez e o nascimento da criança enquando Annie estava sequestrada. Fiquei bastante comovida quando a menina morreu. Achei a morte do sequestrador um tanto abrupta e inesperada, esperava que ela tivesse conseguido fugir, mas não que ele morresse.

Aí o livro entra na fase pós sequestro, e é quando a história fica interessantíssima! Foi quando eu não consegui, literalmente, largar o livro. A cada página, queria saber o que iria acontecer, como a história iria se desenrolar e qual explicação seria dada para o sequestro.

(Spoiler - final do livro revelado) Quando Annie começou a desconfiar do ex namorado e da melhor amiga eu praticamente surtei. Veio então o desenrolar da história e a descoberta de que o sequestro havia sido tramado pela própria mãe de Annie, só que as coisas não saíram do jeito que ela queria, aí eu quase infartei. Surpreendente e totalmente inesperado! Vi algumas críticas com relação ao motivo que levaram a mãe de Annie a mandar sequestrá-la, que foi um motivo muito besta e que estragou o final do livro. Mas foi exatamente isso que eu gostei. Porque, apenas por uma intriga antiga com a irmã, para não "ficar por baixo" a mãe de Annie quase conseguiu destruir com toda a vida e com os sonhos dela. Fez com que eu parasse um pouco para refletir na fragilidade da vida e em como pequenas atitudes, pequenas decisões podem mudar o curso de toda a nossa história.

"- Muitas vezes, as pessoas fazem coisas terríveis a quem amam. Qualquer crime que você puder imaginar foi praticado ao menos uma vez." (pág. 233)

Uma leitura que foi me envolvendo aos poucos e que ao final conseguiu me conquistar totalmente!! Mais do que recomendada!!

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