domingo, 11 de março de 2012

Das páginas para as telas #3

P.S. Eu te amo
Autora: Cecelia Ahern
Editora: Relume Dumará
Ano: 2005
Páginas: 398
ISBN: 8573163895
Tradução: Angela Nogueira Pessoa




"Eu passei todos esses anos namorando caras que olhavam para o meu peito quando deveriam olhar para os meus olhos, agora acho que tenho todo o direito de escolher o cara certo. Por onde ele anda? Provavelmente com as mulheres erradas."

"Não conseguia se lembrar da última vez em que estivera verdadeiramente feliz, quando alguém ou algo a fazia rir tanto que seu estômago a incomodava e seu maxilar doía. Sentia falta de ir para a cama à noite sem absolutamente nada na cabeça, sentia falta de apreciar a comida, em vez de comer ser apenas algo que precisava enfrentar a fim de continuar viva, detestava as contrações na barriga cada vez que se lembrava de Gerry. Sentia falta de apreciar seus programas de televisão favoritos, em vez de apenas assisti-los sem interesse, somente para passar as horas. Detestava não ter motivo algum para  acordar, detestava a sensação que tinha quando acordava. Detestava não sentir excitação alguma e não ter nada por que ansiar. Sentia falta de ser amada, de saber que Gerry a estava observando enquanto ela assistia televisão ou comia seu jantar. Sentia falta dos olhos dele sobre ela quando entrava em um cômodo; sentia falta dos seus toques, seus abraços, seus conselhos, suas palavras de amor."

Depois dessa citação enorme (mas que eu adoro), vamos começar pelo livro. Holly e Gerry eram um desses casais apaixonados, que fazem planos de envelhecer juntos, passar o resto das vidas grudados um no outro. Daqueles que você olha e: 1) morre de inveja ou 2) fica enjoada de saber que existem pessoas assim. Só que a vida não é perfeita e, aos 30 anos, Gerry é diagnosticado com um tumor e morre. A vida Helloy desmorona. Ela perde o chão , a razão de viver. Um belo dia ela recebe um pacote de que Gerry havia enviado antes de sua morte, chamado "A lista", com instruções para a sua sobrevivência e reestruturação após a partida dele. Nesse pacote, ela descobre que, nos próximos 12 meses, terá "tarefas" a cumprir, deixadas pelo seu amado. As mais variadas, das mais simples como comprar um abajur, às mais sem noção, como cantar em um karaokê.

A ideia do livro é muito boa e a obra tem momentos incríveis, daqueles que fazem a pessoa se emocionar de verdade. Durante a leitura, é possível tanto você se apaixonar por Gerry quanto se sentir a melhor amiga de Holly. Mas o livro tem um grande defeito, na minha opinião: é muito superficial. Uma ideia brilhante foi executada de uma forma medíocre, mediana. Poderia ser muito bom, mas não foi. O que mais me irritou foi o conteúdo de algumas das mensagens e das tarefas. Como, por exemplo, a que eu citei antes: compre um abajur para parar de machucar o dedão do pé. A pessoa passa um mês inteiro esperando ansiosamente  por uma carta para ler isso? Um tanto quanto frustrante...

Outra coisa que não gostei foi a total apatia de Holly. Tudo bem que ela estava sofrendo pela perda do seu amado, mas quando ele disse, siga em frente, seja feliz, se apaixone, de repente a dor dela acabou e pronto? Só por que ele "autorizou"? Não gostei...

Mas, como eu disse, o livro tem momentos muito bons, mas que poderiam ter sido melhor explorados, razão pela qual foi merecedor de apenas 3 estrelinhas no Skoob.

P.S. Eu te amo (P.S. I love you)
Ano: 2007
Gênero: Comédia dramática
Direção: Richard LaGravenese
Roteiro: Richard LaGravanese
Elenco: Hilary Swank, Gerard Butler, Lisa Kudrow, Harry Connick Jr., Gina Gershon, Kathy Bates, Jeffrey Dean Morgan.


Geralmente eu e a maioria das pessoas costumamos achar que o livro é melhor do que o filme. Essa é a regra. Porém, todo mundo sabe que toda regra tem suas exceções. Eis uma. A principal razão para o filme ser melhor? Não se trata de uma adaptação fiel ao livro.

Trata-se, a meu ver, de uma obra livremente adaptada, o que permite maiores mudanças, dá uma liberdade maior ao roteirista. No caso de P.S. Eu te amo, as mudanças deixaram o filme muito mais dinâmico, com mais ritmo, mais gostoso do que o livro. Isso porque o filme é despretensioso e tem o intuito apenas de divertir... não quer passar grandes lições de vida, como o livro. Opta por conta a história de uma forma leve e bem descontraída. O resultado é que enquanto lemos o livro ficamos com lágrimas nos olhos de tristeza e ao ver o filme as lágrimas são de alegria, de boas risadas que ele garante. É claro que emociona também, mas de uma forma mais sutil.

Achei Hillary Swank um tanto apática, mas acho que é porque a personagem é apática mesmo. Gerard Butler, ao contrário... Ah, quer saber, ele é Gerard Butler... Ele pode ficar calado o filme inteiro só fazendo caretas, que mesmo assim eu vou gostar... (momento 100% tiete). Gostei bastante de ver algumas carinhas bem conhecidas de seriados em filmes, como Lisa Kudrow (a eterna Phoebe, de Friends) e Jeffrey Dean Morgan (Grey's Anatomy).

1 comentários:

Joelma Alves disse...

Rafaela,

Eu simplismente amo o filme P. S. Eu te amo!!
Como vc disse, Gerard Butler até calado é perfeito! rs
Estou louca para ler o livro, mas é tão difícil de achar... rs
Quero ler para ver se não vou gostar tanto quanto do filme.
Sobre o livro sempre ser melhor do que o filme, ouvi dizer que Forest Gump também quebra essa regra.

=)

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