terça-feira, 6 de março de 2012

Desafio Literário - março - livro 1

Eu sou Deus
Autor: Giorgio Faletti
Editora: Intrínseca
Ano: 2011
Páginas: 368
ISBN: 9788580570106
Tradução: Eliana Aguiar




"No entanto, quando subiu no veículo e cumprimentou os jovens, a ternura e a alegria de estar com eles afastou um pouco a sensação que, um segundo antes, tinha tomado conta dele como uma notícia ruim. Mas enquanto o velho ônibus percorria a estradinha de terra até o portão da propriedade, deixando para trás a casa mergulhada numa nuvem de poeira, a mesma sensação de ameaça iminente voltou a tomar posse de seus pesamentos. Reviu todas as imagens passadas na televisão e teve a impressão de que o vento, aquele que impedia os anjos e os homens de chorar, tinha de repente parado de soprar."

Quando eu vi que o autor de Eu mato tinha lançado outro livro, não perdi tempo e comprei logo. Ele estava na minha estante aguardando a oportunidade perfeita para ser lido e ela surgiu com o Desafio Literário. A expectativa era grande antes do início da leitura e lamento em dizer que ela foi apenas parcialmente atendida...

A primeira coisa que eu não gostei foi a orelha do livro. Dá uma ideia completamente diferente do que seja o livro. Não se baseie apenas por ela para ler, pois você não vai ficar satisfeito.

O livro em si é bom, mas é bastante inferior a Eu mato. Acabei dando 4 estrelas a ele, mas estou na dúvida se merece 4 ou 3. Eu ficaria com 3,5, se tivesse essa opção.

(Spoiler) Sinceramente, eu não chamaria o assassino do livro de serial killer. Ele está mais para um assassino em massa. Ele não escolhe as suas vítimas, elas já foram escolhidas para ele. O objetivo dele não é apenas se vingar, é simplesmente matar, não importa quem ou quantas pessoas.

O que eu mais gostei no livro foram os dois personagens centrais. Vivien é uma policial e tem que ter o seu lado duro, seco. Mas gostei que o autor não transformou a personagem em uma policial que só vive para o trabalho, que não tem vida própria, sentimentos ou emoções. Gostei do fato de ela ser bastante humana e, principalmente, mulher. Russell também é um personagem carismático, uma pessoa obstinada, que quer vencer e dar a volta por cima. Que já fez muita besteira na vida, é verdade, mas que se acha merecedor de uma segunda chance e faz algo para conquistá-la, não fica só parado, esperando as coisas acontecerem.

O começo do livro é meio estranho, as coisas demoram para fazer sentido (pelo menos para mim foi assim), mas depois que a história começa de verdade é difícil largar o livro. Eu li a metade em uma única manhã (hoje, por sinal). As tramas paralelas vão começando a fazer sentido, a presença de alguns dos personagens secundários vai sendo explicada para convergir para um final onde tudo faz sentido, se encaixa.

O problema foi exatamente o final. É verdade que o assassino é alguém que eu jamais imaginei que fosse, mas achei a explicação, a solução dada, a razão para ele ter feito o que fez muito tosca, muito sem noção. Sinceramente, esperava mais. Esperava algo mais grandioso, mais semelhante à trama apresentada.

Em suma, o começo é meio parado, o meio é excelente e o final decepcionante. No geral, nota 3 (diminuiu desde o início da resenha), mas continuo gostando bastante do estilo do autor.


Nota: 3

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