quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Filmes - VIPs



Foi mais ou menos por acaso que esbarrei nesse filme. Eu já tinha ouvido falar, na época do lançamento, mas ainda não tinha tido oportunidade de assisti-lo. Ontem, vi um tweet sobre o ator Wagner Moura, dizendo que ele havia gravado uma canção da banda Radiohead para o filme O homem do futuro. Como sou fã assumida do ator desde muito antes de ele virar global, quando vi o filme As três Marias, fui conferir. Depois, vi o clipe de Tempo perdido, de Renato Russo, do mesmo filme. Uma coisa levou a outra, e acabei no Youtube vendo uma entrevista do ator do ano passado no programa Roda Viva, onde ele falava sobre os Filmes Tropa de Elite 2  e VIPs.

Quando o ator disse, na entrevista, que não queria fazer o personagem, que não se interessou por ele no início, que não quis conhecer o verdadeiro Marcelo Rocha, na mesma hora me deu vontade de assistir ao filme. E foi exatamente o que eu fiz. Como eu disse, já tinha ouvido falar da história do cara que se fez passar pelo filho do dono da Gol, mas não tinha visto o filme.

Depois de ver o filme, fui procurar saber mais sobre o tal Marcelo no Google. Acabei me deparando com um documentário feito sobre ele e com algumas entrevistas. De cara, já vou logo dizendo que o Marcelo criado por Toniko Melo e Wagner Moura é muito mais interessante do que o real. Muito mais complexo, muito mais elaborado. É uma pessoa que não sabe quem é, que vive atormentado pelo fantasma do pai e que sonha em ser alguém na vida. Já o Marcelo que vi no documentário e sobre o qual li nas entrevistas nada mais é do que um tirador de onda, alguém que fez as coisas que fez apenas para provar que podia, que conseguia, alguém dotado de inteligência que não soube aproveitá-la, alguém que não mostra o menor remorso pelas coisas que fez...

Entendi perfeitamente porque o ator Wagner Moura não quis conhecê-lo, não quis saber mais da sua história. Achei um absurdo o Marcelo dizer em entrevistas que quer usar seu poder de persuasão para dar palestras, para ensinar as pessoas como vender coisas (que existem, já que ele só vendeu na vida coisas que não existem). Achei um absurdo ele dizer que não precisa mais dar golpes, já que agora está ganhando dinheiro honestamente, com o livro, o filme e o documentário. Ele deveria pegar esse “dinheiro honesto” e ressarcir os prejuízos de suas vítimas, indenizá-las, isso sim!

Não gostei do filme. Não gostei do enredo. Só vale a pena ser visto por mais uma brilhante atuação de Wagner Moura. Não gostei da idéia de se fazer um filme sobre esse sujeito. Pareceu-me um prêmio por ele ter conseguido enganar tantas pessoas e se dar bem à custa dos outros. E fiquei me perguntando sobre quem será o próximo filme... quem sabe Fernandinho Beira-Mar?!?!?

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