sábado, 23 de outubro de 2010

Facetas


Tem uma frase do livro “a droga da obediência”, de Pedro Bandeira, da qual eu sempre gostei, desde a primeira vez que li as aventuras do grupo de amigos de que se autointitulam “os karas” (já comentei a série de livros aqui no blog, no mês de setembro). A frase é dita pelo Dr. QI, em mais de uma passagem, e é a seguinte : “A verdade tem várias facetas”.

Assim como a verdade, acho que cada um de nós temos várias facetas. Eu sei que eu tenho. Tenho a minha faceta nerd, que adora montar quebra-cabeças, que lê três livros ao mesmo tempo, que gosta de escrever, de estudar; que adora ficar em casa, assistir seriados, é cinéfila. Tenho a minha faceta patricinha, que adora fazer compras, andar na moda, ir ao salão de beleza. Tenho também a minha faceta advogada e profissional, que busca a solução de um problema tão logo ele ocorre, que defende o direito de trabalhadores, de consumidores, das minorias, que defende o meio ambiente e as águas. Tenho a minha faceta dona de casa, que gosta de tudo organizado, que adora receber os amigos, cozinhar para eles. Tenho a minha faceta mulher, que gosta de tratar bem o homem amado e ser bem tratada por ele, que gosta de se surpreendida, mimada, e porque não, de surpreender e de mimar. Tenho a minha faceta baladeira, que adora sair com uma turma de amigos, beber, dançar, se divertir, viajar... E tenho outras facetas também, que não merecem ou não devem ser destacadas.

Acho que o ideal na vida é saber administrar essas várias facetas que cada um temos, é fazer com que todas elas vivam em harmonia, formando assim o todo que molda nossa personalidade, nosso caráter, que nos diz quem nós somos.

Só que de uns tempos pra cá eu tenho negligenciado algumas dessas facetas, enquanto outras se destacam mais. E a verdade é que não estou satisfeita com o resultado. Sinto que vem havendo um desequilíbrio, e com esse desequilíbrio, venho perdendo um pouco da minha identidade, me transformando em uma pessoa que eu náo sei se é quem de fato sou...

Talvez seja apenas uma decorrência normal das transformações que venho passando na minha vida, ou talvez seja o meu verdadeiro eu se revelando em detrimento de um antigo que eu achava ser de fato quem eu era... Não sei. Só sei que algumas das minhas escolhas e decisões tem me assutado um pouco e que, mesmo que haja um novo eu despertando dentro de mim, não posso e não quero deixar que o antigo caia totalmente no esquecimento. Preciso reencontrar o meu equilíbrio...

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