Desafio literário - mês de fevereiro - Livro 2
Vou começar esclarecendo que quando fui pesquisar o livro para comprá-lo, vi que havia vária edições, umas com cortes, outras sem cortes. Acabei optando pela chamada "definitiva", por ser mais completa.
Se você conseguiu ler essa obra sem se comover em momento algum, vou logo dizendo, há algo errado com você, que é extremamente insensível. As palavras escritas por Anne para a sua amiga imaginária Kitty (aliás, eu me senti a própria Kitty ao longo de toda a leitura) são um misto de tristeza, profundidade, esperança, amadurecimento, desespero...
Mesmo com as palavras de Anne e com a riqueza de detalhes com que muitas vezes ela narra os eventos ocorridos durante o tempo que passou escondida no anexo, só é possível imaginar o que os seus moradores sentiram e viveram. Experimentar vários sentimentos em um único dia, todos à flor da pele pelo confinamento e pela falta de certeza no amanhã... viver com medo, mas ao mesmo tempo sem deixar a esperança morrer... passar fome, ter que racionar o pouco que se tem sem saber por quanto tempo... E tudo isso trancado, sem poder sair, sem poder ficar sozinho para pensar, sem poder ter o mínimo de privacidade... Deve ter sido horrível.
Algumas coisas me chamaram bastante a atenção ao longo da leitura: a primeira delas foi a forma como Anne sempre se referia à mãe. A frieza, a falta de carinho, até mesmo de amor entre as duas. Muito triste! Mas, a principal, sem dúvida, foi o amadurecimento dela ao longo dos dois anos que ficou reclusa no anexo. A Anne que escreveu as páginas iniciais do diário e a que escreveu as finais parecem ser duas pessoas completamente diferentes. Aliás, ela própria disse que era várias "Annes".
Não há como negar, entretanto, que há momentos em que ela é um tanto chatinha, metida, egoísta, como ela própria se questiona em várias ocasiões. Mas nada que diminua a simpatia que ela causa no leitor.
Para finalizar, uma coisa que eu não posso deixar de comentar: toda vez que lia alguma frase do tipo "quando eu sair daqui" ou "quando a guerra terminar" ficava com um nó na garganta, por saber que aqueles planos nunca chegariam a se concretizar...
Uma leitura comovente e mais do que recomendada. Entrou para a minha lista de favoritos...
Nota: 5
2 comentários:
Tenho essa edição aqui em casa. Vou ler quando tomar coragem, pois não dá para ficar indiferente à uma história dessas. Bela resenha!
Beijocas
Este é realmente um livro comovente, ainda hoje muitos anos depois de ter lido ainda me lembro de como me senti durante leitura. Ótimo texto.
estrelinhas coloridas...
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