quinta-feira, 5 de maio de 2011

Livros - Eu mato

#11 do desafio 52 semanas, 52 livros



Eu já li vários livros sobre serial killers. Não posso me considerar uma especialista no assunto, apenas uma grande admiradora. Mas posso dizer quando me deparo com uma obra marcante, singular. E assim é Eu mato, primeiro romance do italiano Giorgio Faletti publicado no Brasil.

Um assassino está à solta no principado de Mônaco, e cabe ao detetive Nicolas Hulot e ao agente do FBI Frank Ottobre capturá-lo. Antes de matar suas vítimas, o assassino - apelidado de Ninguém - telefona para uma rádio e anuncia que irá cometer seu próximo crime, sempre deixando uma pista para a polícia. Suas vítimas não são pessoas comuns, mas personalidades relativamente conhecidas, como um piloto de Fórmula 1, uma enxadrista e um bailarino, o que acaba por aumentar a notoriedade de Ninguém e a pressão dos envolvidos na investigação em capturá-lo.

A trama é muito bem conduzida. É verdade que a leitura às vezes perde um pouco o ritmo, mas nada que comprometa a qualidade final da obra, que entrou para a minha lista de favoritas. Os personagens são muito bem construídos, até aqueles que exercem um papel de menor relevância. Essa foi uma das primeiras coisas que me chamou atenção.

Outro ponto de destaque no livro de Foletti é que o assassino é revelado faltando ainda quase 200 páginas para o fim. Quando finalmente cheguei nesse momento, minha primeira reação foi de total choque e incredulidade diante da revelação, mas logo em seguida eu passei a mãos pelas páginas e me perguntei: E agora, como o autor pretende conduzir o restante do livro? Só espero que ele não fique enrolando muito...

Isso porque, como eu disse, já li muita coisa do gênero, e posso afirmar, sem medo de errar, que o grande momento de um livro sobre um serial killer é justamente quando é revelada a sua identidade. E que geralmente isso ocorre já bem próximo ao fim. Mas, para minha total felicidade, o livro não enrola até o fim, pelo contrário, começa uma caçada ao assassino tão bem escrita que empolga, daquelas que não dá vontade de largar o livro.

E, além da caçada, começa a haver uma ligação entre os acontecimentos e personagens da trama que faz com que tudo se encaixe perfeitamente, e que me lembrou bastante o estilo de Stieg Larsson em sua também brilhante trilogia Millenium. E, no final, a trama se encerra com um desfecho digno de louvor, com uma explicação muito bem estruturada para as razões que levaram o assassino e se transformar em um verdadeiro monstro e com a ruína de um dos personagens que eu mais odiei durante a leitura de um livro... (sem detalhes, para não estragar a surpresa)

E foi justamente isso que também me chamou a atenção. Pois Eu mato é um excelente livro sobre um serial killer, mas não é somente um livro sobre um serial killer...

Mais do que recomendado.

P.S.: Recentemente foi lançado outro romance do autor no Brasil, Eu sou Deus.Não vejo a hora de lê-lo. Mas o que eu quero destacar mesmo nesse P.S., é que eu adoro os títulos das obras do autor...

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