Vi esse livro pela primeira vez em uma livraria. Não conhecia o autor, John Harding, mas fiquei com vontade de ler. A primeira coisa que merece ser destacada é que, quando isso aconteceu, imaginei uma história completamente diferente. Na verdade foi uma surpresa para mim a forma como a história se desenvolveu. Mas não posso dizer que tenha sido uma surpresa de totalmente boa. Entendam, não é que o livro seja ruim, mas é que a história se perde em determinados momentos.
Gostei bastante do início do livro, que é narrado em primeira pessoa pela personagem Florence, uma menina de 12 anos bastante eloqüente para a sua idade. Mas aos poucos a história vai se tornando confusa e um tanto mirabolante. Não dá para saber o que é realidade e o que não é. O que pode até ter sido a intenção do autor. O problema é que o livro acaba e o leitor continua sem saber o que de fato ocorreu, tendo que tirar as suas próprias conclusões. O autor joga uma série de questionamentos ao longo da história, mas não os responde, o que torna o final um pouco frustrante.
Durante toda a narrativa conhecemos Florence, sabemos do seu amor pelo seu irmão, da sua paixão pela leitura, que ela aprendeu a ler sozinha, que vive em uma decadente mansão do seu tio. Mas a verdade é que terminamos o livro sem de fato saber quem é Florence. Ela é uma menina ingênua, com uma grande imaginação, ou tem um sério desvio comportamental? Ela é a mocinha ou a vilã da história?
Tenho que concordar com a maioria dos comentários que li sobre o livro. Tinha tudo para ser bom, mas acabou se perdendo do final. É verdade que o desfecho da história foge do tradicional. No entanto, um final diferente não significa necessariamente um final bom. O autor perdeu o rumo no desfecho de sua trama...