sexta-feira, 30 de março de 2012

Desafio literário - março - livro 6

O silêncio dos inocentes
Autor: Thomas Harris
Editora: Bestbolso
Ano: 2009
Páginas: 390
ISBN: 9788577990627
Tradução: Antônio Gonçalves Penna



"Tenha muito cuidado com Hannibal Lecter. o dr. Chilton, chefe do manicômio, irá recapitular com você todo o procedimento físico que se deve adotar na presença de Lecter. Não se descuide. Não se descuide um só instante, seja qual for a razão. Quando Lecter falar com você, lembre-se de que estará tentando descobrir algo sobre você. É o tipo de curiosidade que faz uma serpente fixar os olhos num nihnho de pássaro. Ambos sabemos que numa entrevista é preciso ouvir e falar, mas não lhe diga nada específico a seu respeito. Não lhe convém que qualquer um dos seus assuntos pessoais entrem na cabeça dele. Você sabe o que ele fez com Will Graham." (pág. 15)

"- O senhor enxerga longe, dr. Lecter. Não nego nada do que acabou de dizer. Mas eis uma pergunta que me responderá agora mesmo, querendo ou não: o senhor é forte o suficiente para direcionar essa sua acurada percepção para si mesmo? Descobri nos últimos minutos que é difícil encarar isso. O que o senhor me diz? Questione-se e revele a verdade. Que assunto mais adequado ou mais complexo poderia encontrar? Ou será que tem medo de si mesmo? (pág. 32)

Após terminar a leitura de Dragão Vermelho com um gostinho de quero mais Hannibal Leter, eis que em O silêncio dos inocentes temos uma verdadeira overdose do canibal.

Há um novo serial killer à solta e Lecter o conhece! Ou pelo menos é o que acha o FBI, que manda a novata Clarice Starling, que ainda nem se formou na Academia, para falar com o médico assassino. Por alguma razão, ele parece gostar dela e começa a falar, mas sem dizer muito, na verdade. Enquanto isso, o também assassino conhecido como Buffalo Bill sequestra jovens, as mata e retira a sua pele, deixando um rastro de destruição e terror por onde passa.

Quando a filha de uma senadora é sequestrada por Buffalo Bill, começa uma verdadeira caçada ao assassino, com a ajuda do outro assassino, dr. Lecter. Mas, é claro, nem tudo vai sair exatamente da forma que o FBI espera...

Eu já falei na resenha anterior que o estilo de Thomas Harris é único e que ele prende bastante o leitor. Nesse livro ele mantém todas essas características e ainda acrescenta mais algumas, pois os diálogos entre Starling e Lecter são um espetáculo à parte. Bastante instigantes, essas conversas nos revelam a mente brilhante e doentia do psiquiatra. O meu único parênteses é que eu gosto um pouco mais do personagem Dolarhyde - o dragão vermelho - do que de Buffalo Bill. Mas isso não torna o primeiro livro melhor do que o segundo. Ambos tem as suas razões para terem se tornado verdadeiros monstros, mas eu apenas acho a carga psicológica de Dolarhyde mais forte e suas razões mais plausíveis. 

Tentei ao máximo não me deixar influenciar pelo filme enquanto lia, mas é praticamente impossível não ouvir a voz de Anthony Hopkins em cada frase dita por Hannibal Lecter. Dessa vez, não hesito em dizer que o livro é sobre ele, com uma "participação especial" de Buffalo Bill, diferente do que ocorre em seu predecessor. 

Nota: 5

P.S.: Ainda tentando correr contra o tempo para finalizar a leitura e as resenhas dos outros dois livros até às 23:59h de amanhã. ACho meio difícil conseguir, mas ainda não desisti...


quarta-feira, 28 de março de 2012

Projeto 52 semanas de bibliofilia - semana 13


Um novo jeito de ler e uma nova utilidade para a minha TV, servir de monitor, já que, como TV mesmo, a única utilidade dela é para assistir DVD e jogar Playstation.

Coloquei um computador ligado à TV do meu quarto, para poder assistir aos seriados e filmes que baixo da net. Agora, estou usando também para ler livros baixados, já que nem sempre dá para comprar. Eu coloco o zoom bem grande e fico deitada, lendo, só mexendo o dedo para rolar a barra com o mouse... Adoro!!!

Projeto 52 x 5 momentos para compartilhar - semana 13



Semana 13: Fico sem graça quando...


1. Recebo um elogio de alguém relevante para mim;
2. Sinto "vergonha alheia" (o que, aliás, vem se tornando mais e mais comum...);
3. Preciso corrigir alguém (principalmente se for alguém superior a mim);
4. Falo alguma bobagem ou mais do que deveria (outra coisa que vivo fazendo...);
5. Flagro alguém olhando para mim.

Desafio literário - março - livro 5

Dragão vermelho
Autor: Thomas Harris
Editora: Record
Ano: 1983
Páginas: 348
ISBN: 8501022764
Tradução: José Sanz




"Graham acendeu as luzes e as manchas de sangue nas paredes, no colchão e no assoalho saltaram-lhe os olhos. O ar ainda estava cheio de gritos lancinantes. Sentiu-se desfalecer perante o ruído deste quarto silencioso sujo de manchas sombrias."


"Houve uma época em que teria pedido desculpa por ter incomodado o homem e não voltaria a por os pés na tabacaria. Durante anos tinha aceitado toda a merda que as  outras pessoas lhe tinham dado. Mas isso acabara. O homem podia ter insultado Francis Dolarhyde: mas não podia enfrentar o Dragão. Tudo fazia parte odo renascer."


De Dexter para Hannibal Lecter. Faltando uma semana para encerrar o mês, eu decidi acrescentar a leitura dos quatro livros de Thomas Harris para minha meta do DL (a ideia inicial era ler apenas O silêncio dos inocentes). Missão quase impossível!! Será que eu consigo?? Dois já foram, só faltam dois (e três dias).


Dragão vermelho é um romance policial clássico. Tem todos os elementos que esse tipo de obra deve ter. Não é sobre o odiado - e ao mesmo tempo adorado - Hannibal Lecter. Não é sobre Graham e seus conflitos e traumas do passado em confronto com o seu brilhante dom de desvendar a mente de serial killers. Não é sobre o Francis Dolarhyde, sua infância infeliz e traumática e seus distúrbios comportamentais. É sobre tudo isso... E muito mais!!!


A história, depois do filme, tornou-se bastante popular, razão pela qual dispensa sinopse. O longa é muito bom (aliás, pretendo revê-lo nos próximos dias), mas o livro ainda consegue ser um pouco melhor. As razões são as mesmas que me fazem preferir muitas vezes o livro, mesmo quando eu também adoro o filme: a riqueza de detalhe, a possibilidade de poder explorar o "interior" de alguns personagens, a própria escrita eletrizante do autor. As histórias, nesse caso específico, são bastante semelhantes.


Como eu já conhecia bem o personagem Lecter pelos filmes, nunca tinha tido curiosidade em ler os livros. Comprei uma versão pocket de O silêncio dos inocentes há algum tempo, mas nunca tinha priorizado a leitura. Agora, depois de ler dois livros do autor e estar com o terceiro aqui do meu lado para começar assim que terminar de escrever este post, só posso me sentir aliviada por ter tido tempo de reparar esse terrível erro e ler logo a obra completa do autor. Thomas Harris consegue prender o leitor em absolutamente todas as páginas dos seus livros. Ele mexe não apenas com o psicológico dos personagens, mas com o nosso também. É impossível não experimentar os mais variados sentimentos ao longo da leitura.


A única razão para o livro não ter ganho 5 estrelas na minha avaliação é porque eu queria mais Lecter na trama. Na verdade, em Dragão Vermelho ele se limita apena a uma "participação especial". Mas esse problema foi devidamente sanado em "O silêncio dos inocentes". Mas, com certeza, merece ser lido!!!


"Quando não estamos sós, quantas vezes se pode olhar à vontade para onde queremos?"


Nota: 4

quarta-feira, 21 de março de 2012

Desafio literário - março - livro 4

Dexter é delicioso
Autor: Jeff Lindsay
Editora: Planeta do Brasil
Ano: 2011
Páginas: 349
ISBN: 9788576656982
Tradução: Cassius Medauar




"Sempre nos dizem que é importante dizermos a verdade, mas minha experiência mostrava que a verdadeira felicidade reside em dizer o que o outro quer ouvir, o que em geral não é a mesma coisa, e se por acaso você der de cara com a verdade depois, azar." (pág. 336)

IMPORTANTE, LEIA COM ATENÇÃO: Esta resenha foi escrita de uma forma diferente, utilizando diversos trechos da obra. Por essa razão, ela contém vários spoilers. Se você não quiser saber o que acontece no livro, sugiro que não leia. De verdade...

"Sílabas pequenas e muito comuns que ressoam sem um verdadeiro significado, mas que se encadearam e junto com a pequena bola de carne que se remexe em seu pedestal realizaram o mais incível dos passes de mágica. Transformaram o Dextar Morto Há Décadas em algo com um coração que bate e bombeia vida de verdade, algo que quase sente e quase se parece muito com um ser humano." (pág. 12)

Algumas coisas despertaram a minha curiosidade, de cara, ao ver a capa do 5º livro da série do meu serial killer favorito. A primeira delas foi o título, um tanto inusitado, mas que é perfeito para a trama. A segunda foi o fundo amarelo, destoando dos outros livros, onde prevaleciam o branco, o vermelho e o preto. Pensei logo que as páginas do livro deveriam conter algo diferente, inusitado, inovador, que justificasse tantas mudanças. Eu estava certíssima!!!

Deixando claro logo de início que eu amei todos os livros da série (talvez um pouco menos o terceiro), não hesito em dizer que Dexter é delicioso é o meu favorito. É aquele que me prendeu mais, que tirou meu fôlego, que me deixou com vontade de quero mais, que me deixou ansiosa por passar as páginas mas, ao mesmo tempo, com pena por ver a obra cada vez mais se aproximando do fim...

O processo de humanização de Dexter está quase completo. Já no começo da história, ele é capaz de sentir e de amar, principalmente após o nascimento de sua filha, Lilly Anne. Ele está pronto para deixar o seu passado de lado e viver uma vida mundana, com toda as vantagens e desvantagens de ser humano.

"O pensamento não é tanto um choque, e sim uma conclusão. Passei a vida me movendo em direção a algum lugar e agora cheguei lá. Não preciso mais fazer aquelas coisas. Não me arrependo, mas agora não é mais necessário. Agora existe Lilly Anne, e ela supera toda aquela dança sombria. É hora de seguir em frente, de evoluir! Hora de deixar o Velho e Demoníaco Dexter para trás, comendo poeira. Aquela parte de mim já está completa. (pág. 14)

Naturalmente, deixar de lado seu lado sombrio e assustador não será tão fácil quanto Dexter imagina, pois todas as pessoas que sabem quem ele é de verdade estão por perto e esperam certas atitudes dele. Astor e Cody esperam receber treinamento para desenvolverem as habilidades deles; Brian, o irmão de Dexter, está de volta e espera seu irmãozinho e companheiro de matança ao seu lado. E até Deborah, a irmã adotiva de Dexter, finalmente o entende e aceita quem ele é...

"- Porra, Dexter! - Falou. - Tenho tentado muito entender você e o que o papai queria de você e finalmente consegui, eu entendo, tá bom? Sei exatamete o que o papai estava pensando. Porque sou uma policial como ele era e todo policial tem de enfrentar seu Bobby Acosta um dia, alguém que comete um crime e fica livre mesmo que você faça tudo certinho. E você não consegue dormir, range os dentes e quer gritar e estrangular alguém, mas seu trabalho é comer merda e gostar disso, e não tem nada que possa fazer a respeito. - Ela se levantou e se inclinou, colocando a mão em minha escrivaninha e ficando com o rosto a centímetros do meu, - Até agora. Até o papai finalmente resolver esse problema, essa merda toda. - Ela cutucou meu peito. - Com você. E agora preciso que seja o que papai queria que você fosse, Dexter. Preciso que cuide de Bobby Acosta." (pág. 280)

A trama gira em torno principalmente do desaparecimento de duas jovens, e acaba levando Deborah e Dexter a se deparar com um grupo de vampiros. Como assim, vampiros? Em Miami? E isso existe mesmo? Pelo menos, eles acham que são criaturas bebedoras de sangue. E fica ainda pior... porque esse primeiro grupo leva as investigações diretamente para outro grupo: o de comedores de carne humana...

"E tinha ainda mais um toque de estranheza na coisa toda, como se um livro de contos de fada assustadores tivesse ganhado vida: primeiro vampiros e agora canibais. Mas que lugar interessante Miami se tornara de repente. Talvez em seguida eu me encontrasse com um centauro, um dragão ou quem sabe até um homem honesto." (pág. 126)

Nesse livro, Dexter age mais pelas ruas de Miami, ao lado de sua irmã. E, consequentemente, ele se expõe mais e se submete a situações de risco, justamente quando está "destreinado" e tentando apenas ser uma pessoa normal.

"Em todas as vezes anteriores eu fora frio e calmo, mas entre a irritação do Passageiro e o voo feroz do gato, eu parecia estar dentro de um ensopado. O suor era algo certamente compreensível, pois estávamos em Miami. Mas suor de medo? Justamente no Dexter Sombrio e Desafiador, o Rei da Calma? Aquele não era bom sinal, e fiz outra pausa para respirar fundo antes de esticar o braço e colocar a chave de roda entre a janela e o batente." (págs. 218/219)

Dexter se vê diante de um perigo real e de uma inimiga poderosa e destemida no final da trama. Sem esperanças, o Serial killer chega a pensar que, de fato, seu fim se aproxima...

"Ela enfiou a unha na carne no ritmo de suas palavras, cada vez mais fundo, girando-a para aumentar a ferida e, apesar de doer bastante, a visão daquilo era pior que a dor, e eu não conseguia tirar os olhos do vermelho terrível do precioso sangue de Dexter jorrando cada vez mais para fora, enquanto ela enfiava mais forte e mais fundo." (pág. 330)

"Apenas por um momento tudo se congelou de novo; olhei para a máscara sombria e para o cano sombrio da arma apontada obviamente direto para o meu estômago e imaginei: será que eu deixara Alguém puto Lá em Cima? Quer dizer, o que eu fizera para ser condenado àquele banquete infinito de morte? Falando sério: quantos jeitos distintos e igualmente horríveis de morrer um homem relativamente inocente pode encarar numa noite? Não existe justiça neste mundo? Não aquela na qual eu me especializei, mas outra?

No fim, é claro que tudo acaba dando certo e Dexter está pronto para viver uma ida normal. Finalmente seu processo de humanização foi conluído e ele se torna uma pessoa igual a qualquer uma de nós, com defeitos e qualidades, con sentimentos e emoções...

"E então entendi, eu estava sentindo culpa! Eu, o Dexter Morto por Dentro, o Rei da Inensibilidade. Estava me afundando naquele sentimento esmagador de almas, perdedor de tempo e autoindulgente definitivo do ser humano... A culpa! E tudo porque sentia uma felicidade secreta por pensar que o fim de uma jovem era uma coisa boa para meus interesses mesquinhos.
Será que eu finalmente havia ganhado uma alma?
Será que o Pinóquio finalmente era um menino de verdade?" (pág. 338/339)

Será????

Perfeito. No começe achei toda essa coisa de vampiros e canibais meio forçada, meio Arquivo X demais. Mas depois me acostumei e a história fez total sentido e me conquistou completamente. Destaque para o humor e o sarcasmo de Dexter, que estão mais afiados do que nunca...

Nota: 5


segunda-feira, 19 de março de 2012

Projeto 52 x 5 momentos para compartilhar - semana 12


Semana 12: Coisas para fazer no frio

1. Dormir
2. Ler
3. Tomar sorvete (acreditem, é maravilhoso!!!)
4. Tomar chocolate quente (também funciona!!)
5. Namorar

P.S. Não necessariamente nessa ordem...

52 semanas de bibliofilia - semana 12


Ok, eu sei que essa semana vou levar nota ZERO no quesito qualidade da fotografia e por isso peço desculpas desde já. Mas o problema é que eu vou passar a semana inteira viajando. Na verdade, viajo daqui a uma hora e me dei conta de que teria que postar logo a minha foto da semana. Por isso fiz do jeito que deu mesmo, sem atentar para a qualidade e sem procurar o melhor ângulo para a foto. Mas tenham certeza de que, mesmo assim, não foi fácil, pois para fazer essa foto eu praticamente tive que ficar embaixo de uma mesa que tem exatamente no lugar onde estou. 

Mas isso não é desculpa. Por favor, desconsiderem as "tralhas" ao lado da estante e vamos ao que interessa...

Semana passada, com o intuito de ganhar um pouco mais de espaço para guardar meus livros, eu resolvi arrumar uma das minhas estantes e mudar alguns livros de lugar. Aproveitei o tempo livre para limpar os livros também e prometi mostrar o resultado final na foto desta semana. E o resultado foi esse que vocês viram aí em cima. Tive que espremer daqui, apertar dali, colocar os livros em posições diferentes, uns menores na frente dos maiores para poder fazer com que coubesse mais. O resultado final foi um total de 175 livros divididos entre 3 prateleiras. Acho que consegui arrumar direitinho. E vocês, o que acharam?

Até semana que vem, com o que eu espero seja uma foto melhor e mais criativa...

sábado, 17 de março de 2012

Espaço scrap e arte #2

Hoje dediquei minha tarde a fazer a capa dos meus últimos dois álbuns de scrap. Aproveitei que estava sem fotos reveladas para terminar definitivamente os álbuns, pois já estava enrolando há um bom tempo... Eis o resultado final:



Agora só preciso revelar mais fotos e dar início ao segundo álbum de 2011. Estou totalmente atrasada com minhas fotos, mas faz parte... hehehe Eu ando atrasada em praticamente tudo na minha vida...

quarta-feira, 14 de março de 2012

Desafio literário - março - livro 3

Dexter: design de um assassino
Autor: Jeff Lindsay
Editora: Planeta do Brasil
Ano: 2011
Páginas: 272
ISBN: 9788576654797
Tradução: Cassius Medauar




"Quanto mais pensava nas coisas, mais eu me convencia de que estava chegando perigosamente perto de ter emoções humanas reais a respeito deste caso, e, conforme o dia foi passando, pensei mais e mais naquilo. Estava com uma estranha sensação de estrangulamento na minha garganta, e uma ansiedade vaga e sem propósito que eu não conseguia afastar, e não pude deixar de pensar se aquilo era como alguém culpado se sentia. Supondo que eu tivesse uma consciência, ela estaria perturbada agora? Era muito perturbador, e eu não estava gostando nada disso." (págs. 107/108)

Iuuuuuuu!! Meu serial killer preferido está de volta!! E em dose dupla!! No mês dos serial killers no Desafio Literário eu não poderia, de forma alguma, deixar Dexter de fora. Então, estou colocando a leitura dos livros em dia. Dexter: design de um assassino - 4º volume da série - já foi devidamente lido e Dexter é delicioso - 5º livro - está sendo deliciosamente devorado (ok, trocadilho infame, admito!!)

O livro tem início em Paris, na lua de mel de Dexter e Rita. Após regressarem da viagem, Dexter se vê diante de uma nova realidade, e descobre que a vida de casado pode não ser tão ruim como ele imaginava. Até que vários corpos humanos estranhamente arrumados são encontrados em diversos pontos da cidade, o que aguça a intuição de Dexter e desperta o seu Passageiro Sombrio. Será que há um novo serial killer nas ruas de Miami? Dexter logo entra em ação, só que as coisas não saem exatamente como ele planejou...

"Não tem nada aqui que perturbará a inexistente alma de Dexter. Eu tinha feito o meu trabalho, tirado uma pessoa má do frenesi da vida, e o colocado em vários sacos plásticos, onde ele merecia estar. Se foi descuidado e sem planejamento, ainda assim foi justificado, como diriam os meus colegas da polícia." (pág. 109)

Depois do fraco terceiro volume, a serie de livros volta às suas origens. Com o humor negro que lhe é peculiar e em processo de humanização - apesar de negar tal processo - Dexter volta a ser o personagem pelo qual eu me apaixonei. Sim, porque o Dexter do terceiro livro eu não entendi bem, mas esse eu entendo perfeitamente...

É verdade que ele mata bem menso nessa obra, mas acho que isso tem a ver justamente com o processo de humanização que ele vem enfrentando. Ele não é mais aquele ser solitário e sem sentimentos. Ter uma família está mudando o personagem e eu estou gostando bastante dessa mudança. Gosto desse Dexter, apenas acho que ele não pode mudar totalmente e esquecer seus velhos hábitos totalmente. Ele precisa, de vez em quando, deixar a voz do Passageiro Sombrio falar mais alto e se entregar aos prazeres da noite!! Até porque, sem isso, a série perde totalmente a graça e o sentido.

Mas, voltando ao livro. Tenho que tirar o chapéu para o autor. É impressionante como ele consegue manter as histórias interessantes e instigantes. Algumas pessoas criticaram o esse livro, dizendo que a trama ficou solta, sem ligação com os livros anteriores, mas eu achei que não. Achei que deu continuidade sim ao enredo como um todo e ainda "limpou a bagunça" deixada pelo terceiro volume da série - de longe o mais fraco de todos.

Outra coisa que me chamou a atenção foi o fato de que os livros e a série de TV estão tomando rumos diferentes. Eu ainda não assisti à 6ª temporada (estava justamente querendo ler os livros antes), mas pelo que eu vi até agora, as histórias são completamente diferentes, em nada se assemelham. O que, aliás eu adoro, pois tornam os dois independentes e nos garante mais histórias do personagem. Eu apenas me pergunto quem está de fato inspirando quem: os livros inspiram a série de TV ou a série de TV inspira os livros? e mais, de qual dos dois Dexter eu gosto mais?

Ainda não consegui encontrar as respostas para essas perguntas, mas enquanto isso, vou me divertindo com os dois...

Nota: 5

terça-feira, 13 de março de 2012

Espaço scrap e arte #1

Eu nunca quis que este blog fosse apenas um blog literário. Ou que ele fosse apenas sobre cinema. Tampouco que eu pulicasse nele apenas textos de minha autoria. Daí vem exatamente o nome dele. Pois eu sempre quis que ele refletisse um pouco de quem eu sou, das coisas que eu gosto, como um todo.

Em meio a todos os meus hobbies e passatempos, um vem se destacando bastante nos últimos tempos. E só hoje eu me dei conta de que não há absolutamente nada aqui no blog que faça referência a essa outra paixão.

Que paixão é essa? Scrapbook. Adoro! Eu e uma amiga, Mariana Galliza, passamos tardes e mais tardes criando coisas, fazendo bichinhos de furadores, organizando páginas, fotos e lembranças...

Por isso, a partir de agora, vocês vão ver por aqui algumas fotos dos projetos que nós duas fazemos. Não há obrigatoriedade de tempo nem de periodicidade nas publicações, apenas quando der vontade.

E, para começar, o álbum que fizemos para o aniversário das minhas sobrinhas, Beatriz e Maria Luíza, que foi em São Paulo, no começo desse mês. As páginas de dentro são cor de rosa e eu realmente espero que minha irmã organize, porque deu um trabalhão para fazer...


segunda-feira, 12 de março de 2012

Projeto 52 x 5 momentos para compartilhar - semana 11


Semana 11: Meus brinquedos preferidos na infância eram:

Antes de responder, deixa eu só fazer um pequeno comentário. Ano passado, na época do dia das crianças, eu fiz uma série de 5 posts com os 10 brinquedos que mais marcaram a minha infância. Como eu estou rebelde essa semana (já quebrei as regras do projeto 52 semanas de bibliofilia), vou quebrar as desse também, citando os 10 brinquedos e colocando os links para os posts, ok? Lembrando que não estão em ordem de preferência.

1. Master System e Mega Drive (Brinquedos que marcaram a minha infância #1)
2. Ursinhos Carinhosos e Meu Querido Pônei (Brinquedos que marcaram a minha infância #2)
3. Pular elástico e Detetive (Brinquedos que marcaram a minha infância #3)

Projeto 52 semanas de bibliofilia - semana 11

Essa semana eu vou quebrar um pouco as regras do projeto. Ao invés de uma, vou publicar duas fotos. Mas vocês vão entender porque. Minha coleção de livros cresce de forma absurda, enquanto o meu espaço para guardá-los permanece o mesmo. Então, às vezes eu sou obrigada a fazer algumas mágicas, para fazer meus livros caberem nas estantes.

Aproveitando que eu estou de férias - ou seja, com tempo livre - decidi arrumar uma das estantes e tentar "ganhar" algum espaço, mudando a posição em que os livros ficam. Vou aproveitar também para limpar todos, já que estão fora dos seus devidos lugares.

Tá, mas por que as duas fotos? Vamos lá... Porque o desafio que eu vou enfrentar amanhã - ou hoje, mais tarde - é colocar os livros da foto 1 (que não são todos que eu tenho) nas 3 míseras prateleiras da foto 2 (as outras estão ocupadas com livros jurídicos). Será que eu consigo?? Semana que vem eu mostro como ficou!! E aproveito para contar quantos livros tem nessa bagunça!



Livros - O pequeno príncipe

Há algum tempo atrás (em 2008 ou 2009, não lembro exatamente), nós levamos minha afilhada Beatriz para uma exposição sobre a vida e obra de Saint-Exupéry que teve no Ibirapuera. E lá meu pai deu uma edição especial da obra a ela, toda em pop up, a coisa mais linda.


Estava eu agora em São Paulo quando fui agraciada com um pedido para ler O pequeno príncipe para ela e a irmã. Resultado: eu li a obra inteira para as duas, de uma só vez. E depois, atualizando meu Skoob, me dei conta que eu não tinha na minha estante a obra (meu skoob só tem os livros que eu li de 2010 até hoje, na ordem). Aproveitei para colocar na minha estante. Eu tenho uma regra que diz que todo livro marcado como lido no meu Skoob tem que ser comentado aqui no blog. Ou seja: eu estava obrigada, por mim mesma, a fazer um post sobre o O pequeno príncipe.


Só que eu não queria fazer uma resenha sobre o livro, igual as que faço para todos os outros. Fiquei pensando o que eu iria dizer: é o livro favorito das misses (é assim que se escreve?), a história é meio bobinha para nós adultos, mas é cheia de metáforas e lições que podem ser válidas, especialmente para as crianças. Ia ficar muito sem noção. Por isso, acabei optando por fazer esse post, que no final das contas, ficou mais sem noção ainda!!


Mas, pelo menos eu coloquei algumas fotos da edição que falei, pra vocês verem como é linda. E para finalizar, algumas citações da obra (juro que tentei pegar umas menos batidas, porque essa história de você é eternamente responsável por aquilo que cativa  ninguém aguenta mais!!)

"É preciso exigir de cada um o que cada um pode dar - replicou o rei. - A autoridade se baseia na razão."

"Tu julgarás a ti mesmo - respondeu-lhe o rei. - É o mais difícil. É bem mais difícil julgar a si mesmo que julgar os outros. Se conseguires fazer um bom julgamento de ti, és um verdadeiro sábio."

"É preciso proteger a chama com cuidado: um simples sopro pode apagá-la."

"A gente corre o risco de chorar um pouco quando se deixa cativar."

domingo, 11 de março de 2012

Das páginas para as telas #3

P.S. Eu te amo
Autora: Cecelia Ahern
Editora: Relume Dumará
Ano: 2005
Páginas: 398
ISBN: 8573163895
Tradução: Angela Nogueira Pessoa




"Eu passei todos esses anos namorando caras que olhavam para o meu peito quando deveriam olhar para os meus olhos, agora acho que tenho todo o direito de escolher o cara certo. Por onde ele anda? Provavelmente com as mulheres erradas."

"Não conseguia se lembrar da última vez em que estivera verdadeiramente feliz, quando alguém ou algo a fazia rir tanto que seu estômago a incomodava e seu maxilar doía. Sentia falta de ir para a cama à noite sem absolutamente nada na cabeça, sentia falta de apreciar a comida, em vez de comer ser apenas algo que precisava enfrentar a fim de continuar viva, detestava as contrações na barriga cada vez que se lembrava de Gerry. Sentia falta de apreciar seus programas de televisão favoritos, em vez de apenas assisti-los sem interesse, somente para passar as horas. Detestava não ter motivo algum para  acordar, detestava a sensação que tinha quando acordava. Detestava não sentir excitação alguma e não ter nada por que ansiar. Sentia falta de ser amada, de saber que Gerry a estava observando enquanto ela assistia televisão ou comia seu jantar. Sentia falta dos olhos dele sobre ela quando entrava em um cômodo; sentia falta dos seus toques, seus abraços, seus conselhos, suas palavras de amor."

Depois dessa citação enorme (mas que eu adoro), vamos começar pelo livro. Holly e Gerry eram um desses casais apaixonados, que fazem planos de envelhecer juntos, passar o resto das vidas grudados um no outro. Daqueles que você olha e: 1) morre de inveja ou 2) fica enjoada de saber que existem pessoas assim. Só que a vida não é perfeita e, aos 30 anos, Gerry é diagnosticado com um tumor e morre. A vida Helloy desmorona. Ela perde o chão , a razão de viver. Um belo dia ela recebe um pacote de que Gerry havia enviado antes de sua morte, chamado "A lista", com instruções para a sua sobrevivência e reestruturação após a partida dele. Nesse pacote, ela descobre que, nos próximos 12 meses, terá "tarefas" a cumprir, deixadas pelo seu amado. As mais variadas, das mais simples como comprar um abajur, às mais sem noção, como cantar em um karaokê.

A ideia do livro é muito boa e a obra tem momentos incríveis, daqueles que fazem a pessoa se emocionar de verdade. Durante a leitura, é possível tanto você se apaixonar por Gerry quanto se sentir a melhor amiga de Holly. Mas o livro tem um grande defeito, na minha opinião: é muito superficial. Uma ideia brilhante foi executada de uma forma medíocre, mediana. Poderia ser muito bom, mas não foi. O que mais me irritou foi o conteúdo de algumas das mensagens e das tarefas. Como, por exemplo, a que eu citei antes: compre um abajur para parar de machucar o dedão do pé. A pessoa passa um mês inteiro esperando ansiosamente  por uma carta para ler isso? Um tanto quanto frustrante...

Outra coisa que não gostei foi a total apatia de Holly. Tudo bem que ela estava sofrendo pela perda do seu amado, mas quando ele disse, siga em frente, seja feliz, se apaixone, de repente a dor dela acabou e pronto? Só por que ele "autorizou"? Não gostei...

Mas, como eu disse, o livro tem momentos muito bons, mas que poderiam ter sido melhor explorados, razão pela qual foi merecedor de apenas 3 estrelinhas no Skoob.

P.S. Eu te amo (P.S. I love you)
Ano: 2007
Gênero: Comédia dramática
Direção: Richard LaGravenese
Roteiro: Richard LaGravanese
Elenco: Hilary Swank, Gerard Butler, Lisa Kudrow, Harry Connick Jr., Gina Gershon, Kathy Bates, Jeffrey Dean Morgan.


Geralmente eu e a maioria das pessoas costumamos achar que o livro é melhor do que o filme. Essa é a regra. Porém, todo mundo sabe que toda regra tem suas exceções. Eis uma. A principal razão para o filme ser melhor? Não se trata de uma adaptação fiel ao livro.

Trata-se, a meu ver, de uma obra livremente adaptada, o que permite maiores mudanças, dá uma liberdade maior ao roteirista. No caso de P.S. Eu te amo, as mudanças deixaram o filme muito mais dinâmico, com mais ritmo, mais gostoso do que o livro. Isso porque o filme é despretensioso e tem o intuito apenas de divertir... não quer passar grandes lições de vida, como o livro. Opta por conta a história de uma forma leve e bem descontraída. O resultado é que enquanto lemos o livro ficamos com lágrimas nos olhos de tristeza e ao ver o filme as lágrimas são de alegria, de boas risadas que ele garante. É claro que emociona também, mas de uma forma mais sutil.

Achei Hillary Swank um tanto apática, mas acho que é porque a personagem é apática mesmo. Gerard Butler, ao contrário... Ah, quer saber, ele é Gerard Butler... Ele pode ficar calado o filme inteiro só fazendo caretas, que mesmo assim eu vou gostar... (momento 100% tiete). Gostei bastante de ver algumas carinhas bem conhecidas de seriados em filmes, como Lisa Kudrow (a eterna Phoebe, de Friends) e Jeffrey Dean Morgan (Grey's Anatomy).

sexta-feira, 9 de março de 2012

Um desafio realmente desafiante - março

O poder dos seis (Os legados de Lorien - livro 2)
Autores: Jobie Hughes e James Frey, sob o pseudônimo de Pittacus Lore
Editora: Intrínseca
Ano: 2011
Páginas: 319
ISBN: 9788580571219
Tradução: Débora Isidoro


"Os únicos limites do amanhã são as dúvidas que temos hoje". (pág. 89)

"- Já imaginou se todas as noites fossem como esta, uma vida sem se preocupar com o que ou com quem pode estar à espreita, sem estar sempre espiando por cima de um ombro, para ter certeza de que ninguém está seguindo? Não seria incrível poder esquecer, mesmo que só por alguns instantes, o que o horizonte esconde?" (pág. 147)

Para o mês de março, o tema proposto é "ler um livro com a capa verde, vermelha ou azul". Apesar de ter me programado para ler alguns livros com a capa vermelha este mês, acabei escolhendo O poder dos seis - que tem a capa azul - para ser o meu livro do mês do desafio.

Eu sou o número quatro foi o primeiro livro que li em 2012 e simplesmente adorei. Por isso, não via a hora de ler a sequência, O poder dos seis. E vou logo dizendo, se o primeiro é bom, o segundo é ainda melhor. 

No final do primeiro livro, somos apresentados a Seis, mais uma do grupo dos nove Gardes que foram enviados à Terra. Na continuação, além de Seis, temos também a presença de Sete, que é uma das narradoras da história. Parte do livro foca na história dela e parte na de John, Seis e Sam, que continuam fugindo após a destruição da escola em Paradise.

Marina, ao contrário de John e de Seis, não vem sendo treinada de forma satisfatória pela sua Cêpan. Elas vivem em um convento na Espanha e Adelina,  a Cêpan, parece não acreditar mais em Lorien. Ela vive como uma freira no convento, tendo escolhido a vida dos humanos e desistido de sua missão. Mas as coisas estão prestes a mudar, pois os Mogadorianos descobrem a sua localização e, mesmo sem o trinamento adequado, ela vai ter que aprender a lutar e a se virar, se quiser sobreviver...

Repleto de ação, com muito mais batalhas do que o primeiro, com muito mais aventura, o segundo livro é de tirar o fôlego. Novos personagens, algumas reviravoltas na trama, novas paixões, uma grande traição e muito mais recheiam as 319 páginas da obra. 

Uma série que está crescendo bastante em meu conceito (atualmente posso considerar uma das minhas favoritas) e que vale a pena ser lida. Foi lançado um livro chamado Os arquivos perdidos, que conta a história de Seis desde que ela chegou à terra até o momento em que se reuniu a John. E o terceiro volume da série, pelo que li na net, será lançado apenas no ano que vem. O título é The rise of nine.

Só não gostei que o primeiro volume voltou a ser vendido com a capa original e o meu é com a capa do filme. Minha coleção vai ficar diferente... Definitivamente, eu não gosto de livros que são lançados com a capa do filme!!!

Livros - A imaginação hiperativa de Olivia Joules

A imaginação hiperativa de Olivia Joules
Autora: Helen Fielding
Editora: Record
Ano: 2004
Páginas: 396
ISBN: 8501069582
Tradução: Alves Calado




"Fez algumas tentativas de alcançar o sutiã com os dentes, percebendo como devia estar ridícula, uma criatura de manto branco com um saco na cabeça tentando comer o próprio peito."

Helen Fielding caiu no gosto popular ao criar a personagem Bridget Jones, que virou um grande sucesso. A autora escreveu A imaginação hiperativa de Olivia Joules após o sucesso de Bridget e eu acho que foi mais um daqueles casos em que a autora aproveita um grande sucesso para tentar vender mais livros e acaba escrevendo histórias que não são tão boas.

O livro não é de todo ruim. Há momentos de diversão, em que é impossível não dar boas risadas. Mas é apenas isso: um livro divertido, mediano, para passar o tempo. Não acrescenta nada. A personagem central é uma jornalista que escreve sobre moda e celebridades. O problema de Olivia é que ela é tem uma imaginação um tanto quanto fértil e acaba inventando as melhores partes de suas matérias.

Em uma viagem aos Estados Unidos, ela se vê diante de uma situação real e por demais inusitada: terroristas explodem um navio transatlântico. A repórter não perde tempo e, se sentindo a própria James Bond, começa a investigar o que está acontecendo e acaba descobrindo que, na vida real, as coisas são um pouco mais complicadas do que nos filmes do famoso agente secreto.

O problema do livro, na minha opinião, é que a personagem "viaja" demais, e algumas de suas "deduções" são totalmente forçadas. Passam do ponto do engraçado e acabam virando ridículas, o que irrita um pouco durante a leitura. Além do mais, acontece muita coisa ao mesmo tempo, o que torna a história confusa e, em muitos momentos, "sem noção".

O que eu achei mais engraçado foram os acessórios de Olivia, como o sutiã que vira miniserra (o que explica a citação no início deste post) e o blush que vira bomba. 

Uma história divertida, que peca pelo excesso e pelo exagero. Uma boa leitura para um dia cinzento, para quem quer dar risadas.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Desafio literário - março - livro 2

O hipnotista
Autor: Lars Kepler
Editora: Intrínseca
Ano: 2011
Páginas: 480
ISBN: 9788580570915
Tradução: Alexandre Martins





"O garoto deve ter percebido muito pequeno que não era como as outras crianças. Joona pensa na solidão infinita de um garoto rejeitado pela mãe.  Uma pessoa que foi a favorita inquestionável da mãe mantém por toda a vida a sensação de ser uma conquistadora, mas o contrário resulta não apenas na ausência dessa sensação, mas na presença de uma escuridão ativa. A única que deu amor e cuidados a Josef foi Evelyn, e ele não podia suportar ser rejeitado por ela." (pág. 141)

"'O passado não está morto, não é sequer passado', eu dizia com frequência, citando William Faulkner. Queria dizer que todas as pequenas coisas que acontecem às pessoas permanecem com elas por toda a vida. As experiências influenciam cada uma de nossas escolhas. No caso de experiências traumáticas, o passado ocupa quase todo o espaço disponível no presente." (págs. 299/300)

Lars Kepler na verdade é o pseudônimo do casal Alexandra Coelho Ahndoril e Alexander Ahndoril. E essa foi a primeira coisa que me chamou atenção: uma obra escrita a 4 mãos. Tudo bem que eles são um casal, se conhecem, tem afinidade e tudo mais, mas eles não pensam igual em absolutamente tudo. Então fico imaginando como foi a experiência de escreverem juntos um livro. 

A história começa quando toda uma família é assassinada de forma brutal. O filho de 15 anos escapa por pouco, e passa a ser a chave para a polícia descobrir quem é o assassino. Só que o garoto está em estado grave, internado no hospital e o detetive Joona Linna pede a ajuda do médico e hipnotista Erik Maria Bark. Só que Erik havia feito uma promessa de nunca mais hipnotizar ninguém e ele nem imagina as consequências de quebrar essa promessa...

Esse é o ponto de partida da trama. Isso mesmo, apenas o ponto de partida. Não vá pensando que o assassinato da família Ek é o ponto central da trama. Ledo engano. Ao usar a hipnose novamente, quebrando a sua promessa, Erik dá início a uma série de acontecimentos, que são narrados em histórias paralelas, mas que estão todos, de alguma forma, relacionados. 

Os capítulos do livro são curtos. São 110 no total. Adoro livros com capítulos curtos, pois geralmente significa que a trama tem várias histórias paralelas, vários personagens, o que dá mais dinamismo à leitura e a torna mais interessante.

A narrativa do autor é densa, tensa, pesada. É um livro complexo e perturbador que, em determinados momentos, requer mais "estômago" do leitor. AS descrições são fortes, detalhadas, há sangue jorrando por todos os lados. As cenas de sexo também são ricas em detalhes, sem eufemismos. O autor (ou os autores) diz o que tem que dizer e pronto, sem se valer de metáforas e analogias.

Os personagens também são bastante complexos. Erik Maria Bark - o hipnotista - é extremamente complicado. Um estudioso da mente humana que não consegue entender a sua própria mente. Viciado em remédios, já traiu a esposa e cometeu diversos erros no passado, ele é um típico exemplo de "faça o que eu digo mas não faça o que eu faço". É um personagem forte e bastante marcante. Daqueles que a gente sofre, chora, ri e se emociona junto com ele. 

O detetive Joona Linna também não fica atrás. Cheio de charme e um tanto arrogante, ele está sempre certo e vive se gabando disso. Uma mente brilhante, essencial para entender o desenrolar dos acontecimentos e ligá-los uns aos outros. Outro personagem do qual também gostei bastante. Simone, a esposa de Erik, não me convenceu no início da trama, mas à medida que sua participação foi crescendo mais, fui passando a gostar um pouquinho mais dela. Não é das minhas favoritas, mas está longe de ser das piores.

Para não dizer que o livro é perfeito, tenho apenas uma crítica a fazer: o final. Não o desfecho da trama, que é brilhantemente construído, mas o finalzinho mesmo, as últimas páginas. Achei que houve um certo excesso por parte do autor. (Spoiler) Achei a parte em que o ônibus cai no gelo e Erik e o filho quase morrem afogados totalmente desnecessária. Poxa, o cara já tinha levado um tiro, precisava ainda quase se afogar?

Vi muitas comparações desse livro à trilogia Millenium - que eu adoro - , também escrita por um sueco. Se Lars Kepler é o novo Stieg Larson ou se o livro só prova que a Suécia tem grandes escritores eu não sei, só sei que é muito bom, bem escrito e que vale a pena ser lido.

Nota: 5

terça-feira, 6 de março de 2012

Desafio Literário - março - livro 1

Eu sou Deus
Autor: Giorgio Faletti
Editora: Intrínseca
Ano: 2011
Páginas: 368
ISBN: 9788580570106
Tradução: Eliana Aguiar




"No entanto, quando subiu no veículo e cumprimentou os jovens, a ternura e a alegria de estar com eles afastou um pouco a sensação que, um segundo antes, tinha tomado conta dele como uma notícia ruim. Mas enquanto o velho ônibus percorria a estradinha de terra até o portão da propriedade, deixando para trás a casa mergulhada numa nuvem de poeira, a mesma sensação de ameaça iminente voltou a tomar posse de seus pesamentos. Reviu todas as imagens passadas na televisão e teve a impressão de que o vento, aquele que impedia os anjos e os homens de chorar, tinha de repente parado de soprar."

Quando eu vi que o autor de Eu mato tinha lançado outro livro, não perdi tempo e comprei logo. Ele estava na minha estante aguardando a oportunidade perfeita para ser lido e ela surgiu com o Desafio Literário. A expectativa era grande antes do início da leitura e lamento em dizer que ela foi apenas parcialmente atendida...

A primeira coisa que eu não gostei foi a orelha do livro. Dá uma ideia completamente diferente do que seja o livro. Não se baseie apenas por ela para ler, pois você não vai ficar satisfeito.

O livro em si é bom, mas é bastante inferior a Eu mato. Acabei dando 4 estrelas a ele, mas estou na dúvida se merece 4 ou 3. Eu ficaria com 3,5, se tivesse essa opção.

(Spoiler) Sinceramente, eu não chamaria o assassino do livro de serial killer. Ele está mais para um assassino em massa. Ele não escolhe as suas vítimas, elas já foram escolhidas para ele. O objetivo dele não é apenas se vingar, é simplesmente matar, não importa quem ou quantas pessoas.

O que eu mais gostei no livro foram os dois personagens centrais. Vivien é uma policial e tem que ter o seu lado duro, seco. Mas gostei que o autor não transformou a personagem em uma policial que só vive para o trabalho, que não tem vida própria, sentimentos ou emoções. Gostei do fato de ela ser bastante humana e, principalmente, mulher. Russell também é um personagem carismático, uma pessoa obstinada, que quer vencer e dar a volta por cima. Que já fez muita besteira na vida, é verdade, mas que se acha merecedor de uma segunda chance e faz algo para conquistá-la, não fica só parado, esperando as coisas acontecerem.

O começo do livro é meio estranho, as coisas demoram para fazer sentido (pelo menos para mim foi assim), mas depois que a história começa de verdade é difícil largar o livro. Eu li a metade em uma única manhã (hoje, por sinal). As tramas paralelas vão começando a fazer sentido, a presença de alguns dos personagens secundários vai sendo explicada para convergir para um final onde tudo faz sentido, se encaixa.

O problema foi exatamente o final. É verdade que o assassino é alguém que eu jamais imaginei que fosse, mas achei a explicação, a solução dada, a razão para ele ter feito o que fez muito tosca, muito sem noção. Sinceramente, esperava mais. Esperava algo mais grandioso, mais semelhante à trama apresentada.

Em suma, o começo é meio parado, o meio é excelente e o final decepcionante. No geral, nota 3 (diminuiu desde o início da resenha), mas continuo gostando bastante do estilo do autor.


Nota: 3

Projeto 52 x 5 momentos para compartilhar - semana 10


Semana 10 - Minhas comidas preferidas são:

1. Sushi
2. Picanha
3. Chocolate
4. Cheesecake
5. Pão

Projeto 52 semanas de bibliofilia - semana 10


Eu viajo, mas eles vão sempre comigo. 10 dias em São Paulo e eu trouxe 5 livros. E estou me referindo apenas aos livros físicos, isso sem contar os e-book e um que eu peguei aqui na casa da minha irmã para ler. E sem contar, naturalmente, com os que vou comprar por aqui...

Mas a moral da história e a razão de ser da foto é para mostrar que eu e os livros não conseguimos ficar separados muito tempo. Mesmo em viagens, eles estão sempre comigo (e em quantidade maior do que eu efetivamente vou conseguir ler).

sábado, 3 de março de 2012

Livros - Quem vai dormir com quem?

Quem vai dormir com quem?
Autora: Madeleine Wickham (Sophie Kinsella)
Editora: Record
Ano: 2012
Páginas: 320
ISBN: 9788501089472
Tradução: Alice França




"- Tomamos tantas decisões ao longo da vida - disse ele abruptamente. - Algumas sem importância... e outras que são o elemento essencial para todo o resto. Se ao menos soubéssemos o significado de cada uma delas, no momento certo. Se ao menos soubéssemos o que estamos desperdiçando..." (pág. 306)


Quem me conhece, ou pelo menos conhece o meu blog um pouco, sabe que eu sou fã de Becky Bloom, personagem de Sophie Kinsella. Consequentemente, eu sou fã de Sophie Kinsella. Tamanha não foi a minha surpresa ao me deparar com esse livro e descobrir que Sophie Kinsella não é Sophie Kinsella, mas sim Madeleine Wickham. Eu já disse em outras ocasiões que não gosto muito desse negócio de pseudônimo. Sinceramente, não entendo o porquê... Se fosse em outros tempos, onde havia censura. Mas nos dias de hoje, não vejo razão...

Mas eis que Madeleine Wickman resolve "aparecer" e escreve Quem vai dormir com quem? que conta a história de dois casais que não estão muito bem em suas vidas e relacionamentos e precisam desesperadamente de umas férias. Só que as férias não saem exatamente como planejado pois, ao chegarem na bela casa ao sul da Espanha que um amigo emprestou, descobrem que não são os únicos convidados. Há outra família, que também recebeu o mesmo convite.

Diante da confusão, não há outra alternativa às duas famílias a não ser tentarem conviver de forma harmônica e aproveitar a semana, só que isso não vai ser possível, pois esse encontro reacende uma antiga paixão, o que os leva a se perguntar se a confusão foi mesmo uma simples coincidência...

São dois casais: Chloe e Philip, que estão vivendo um momento de tensão, pois Philip pode a qualquer momento perder o seu emprego. Eles tem dois filhos, um de 16 e um de 8 anos. O outro casal é Amanda e Hugh. Ela é uma chata e ele vive no escritório e seu único papel na família é fornecer o sustento. Ele mal conhece suas duas filhas, de 2 e 5 anos. Só que Hugh e Chloe viveram uma paixão no passado... É aí onde mora o problema...

O livro é bem legal, especialmente nos dois primeiros terços, digamos assim. A autora consegue manter a trama interessante e apesar do estilo ser uma leitura mais leve, dá aquela ansiedade para saber o que irá acontecer em seguida, como só os livros de suspense e aventura costumam dar (pelo menos em mim). Mas a história é divertida, os personagens são carismáticos, a exceção de Amanda que, como eu disse, é uma chata. A narrativa de Madeleine Wickham não difere muito da de Sophie Kinsella (se é que vocês me entendem?!?!?). A autora mantém os elementos que fizeram de seus outros livros sucessos.

O problema está no final. Não que ele não tenha sido bom, mas eu achei que foi "certinho" demais. Não quero entrar em detalhe para não revelar spoillers, mas eu realmente achei que a autora poderia ter ousado mais, feito uma coisa diferente. Acabou me decepcionando um tantinho... Mas, ao mesmo tempo, eu entendo, porque ela "fez a coisa certa" no desfecho de sua trama... Mas, mesmo assim, gostei bastante.