sexta-feira, 30 de março de 2012

Desafio literário - março - livro 6

O silêncio dos inocentes
Autor: Thomas Harris
Editora: Bestbolso
Ano: 2009
Páginas: 390
ISBN: 9788577990627
Tradução: Antônio Gonçalves Penna



"Tenha muito cuidado com Hannibal Lecter. o dr. Chilton, chefe do manicômio, irá recapitular com você todo o procedimento físico que se deve adotar na presença de Lecter. Não se descuide. Não se descuide um só instante, seja qual for a razão. Quando Lecter falar com você, lembre-se de que estará tentando descobrir algo sobre você. É o tipo de curiosidade que faz uma serpente fixar os olhos num nihnho de pássaro. Ambos sabemos que numa entrevista é preciso ouvir e falar, mas não lhe diga nada específico a seu respeito. Não lhe convém que qualquer um dos seus assuntos pessoais entrem na cabeça dele. Você sabe o que ele fez com Will Graham." (pág. 15)

"- O senhor enxerga longe, dr. Lecter. Não nego nada do que acabou de dizer. Mas eis uma pergunta que me responderá agora mesmo, querendo ou não: o senhor é forte o suficiente para direcionar essa sua acurada percepção para si mesmo? Descobri nos últimos minutos que é difícil encarar isso. O que o senhor me diz? Questione-se e revele a verdade. Que assunto mais adequado ou mais complexo poderia encontrar? Ou será que tem medo de si mesmo? (pág. 32)

Após terminar a leitura de Dragão Vermelho com um gostinho de quero mais Hannibal Leter, eis que em O silêncio dos inocentes temos uma verdadeira overdose do canibal.

Há um novo serial killer à solta e Lecter o conhece! Ou pelo menos é o que acha o FBI, que manda a novata Clarice Starling, que ainda nem se formou na Academia, para falar com o médico assassino. Por alguma razão, ele parece gostar dela e começa a falar, mas sem dizer muito, na verdade. Enquanto isso, o também assassino conhecido como Buffalo Bill sequestra jovens, as mata e retira a sua pele, deixando um rastro de destruição e terror por onde passa.

Quando a filha de uma senadora é sequestrada por Buffalo Bill, começa uma verdadeira caçada ao assassino, com a ajuda do outro assassino, dr. Lecter. Mas, é claro, nem tudo vai sair exatamente da forma que o FBI espera...

Eu já falei na resenha anterior que o estilo de Thomas Harris é único e que ele prende bastante o leitor. Nesse livro ele mantém todas essas características e ainda acrescenta mais algumas, pois os diálogos entre Starling e Lecter são um espetáculo à parte. Bastante instigantes, essas conversas nos revelam a mente brilhante e doentia do psiquiatra. O meu único parênteses é que eu gosto um pouco mais do personagem Dolarhyde - o dragão vermelho - do que de Buffalo Bill. Mas isso não torna o primeiro livro melhor do que o segundo. Ambos tem as suas razões para terem se tornado verdadeiros monstros, mas eu apenas acho a carga psicológica de Dolarhyde mais forte e suas razões mais plausíveis. 

Tentei ao máximo não me deixar influenciar pelo filme enquanto lia, mas é praticamente impossível não ouvir a voz de Anthony Hopkins em cada frase dita por Hannibal Lecter. Dessa vez, não hesito em dizer que o livro é sobre ele, com uma "participação especial" de Buffalo Bill, diferente do que ocorre em seu predecessor. 

Nota: 5

P.S.: Ainda tentando correr contra o tempo para finalizar a leitura e as resenhas dos outros dois livros até às 23:59h de amanhã. ACho meio difícil conseguir, mas ainda não desisti...


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