Domingo, 20h15min. Natal/RN, Avenida Afonso Pena. Eu e uma amiga estávamos no meu carro, indo lanchar, quando uma moto com duas pessoas parou do meu lado. Eu, que sempre fui muito desconfiada com moto, comecei a subir o vidro, mas parei na metade, quando o motoqueiro me deu um singelo “boa noite”. Quando eu estava para responder “boa noite” de volta, fui surpreendida com a frase seguinte dele. “Passe a bolsa agora! E se não passar...” Enquanto ele dizia a segunda parte da frase, fez um movimento com a mão direita como se fosse sacar uma arma do lado esquedo da cintura. Eu não esperei para ouvir o final da frase, pisei na embreagem, engatei a primeira e disparei pela rua. A moto virou à direita e foi embora. Nós chegamos sãs e salvas à lanchonete, mas tremendo do pés à cabeça.
Foi uma reação instantânea e imprudente a minha, devo confessar. Mas na hora a pessoa não pensa direito. Em uma fração de segundo, quando tomei a decisão de acelerar o carro, eu tanto poderia estar salvando a minha vida e a de minha amiga, como poderia estar colocando ambas em perigo. Para nossa sorte, não eram ladrões experientes, pois se fossem mais experientes, eles não teriam dado chance para nós escaparmos...
Mas a questão não é essa. A questão é que ninguém está mais seguro, em lugara nenhum. A questão é que as pessoas trabalham, para ganhar a vida honestamente, para poder pagar suas contas e, com o que sobrar, tentar ter algo de melhor. Para quê? Para um filho da p*** vir e tentar roubar de você? Para você ver o fruto do seu suor, da sua dedicação, indo embora em um piscar de olhos? A bolsa, a carteira dentro dela e o relógio no meu pulso são todos novos, comprei na sexta-feira e, se eu não tivesse fugido certamente não estariam mais comigo, antes mesmo de eu sequer ter pagos por ele. Eu sei que são apenas coisas, que minha vida vale mais. Mas são as MINHAS coisas. Eu trabalhei por elas. Eu as adquiri de forma honesta. Elas são conquistas minhas. E não de um marginalzinho qualquer....
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